Descobridor de talentos, Danuso Daumas completa 50 anos de futebol capixaba

16 de abril de 2025

Fotos: Henrique Montovanelli/FES

Em 2025, um verdadeiro descobridor de talentos completa 50 anos de carreira no futebol capixaba. Atual supervisor de futebol de base do Caxias EC, Danuso Daumas, aos 65 anos, foi homenageado pela Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES) e tirou da gaveta documentos, fotos e reportagens, para mostrar e relembrar momentos e atletas marcantes da sua trajetória.

Desde os 14 anos de idade, Danuso trabalha com categorias de base. Ao longo desse tempo, foi se destacando por ser um profissional com o dom de identificar jovens promessas, no Espírito Santo.

Assim, contribuiu para o surgimento e para a formação de diversos atletas que tiveram ou que ainda têm carreiras de sucesso. Dois deles disputaram Copa do Mundo pela Seleção Brasileira: o lateral-esquerdo Maxwell, que atuou por Ajax, Inter de Milão, Barcelona e PSG, na Europa, e o goleiro Carlos Germano, ídolo do Vasco. E tantos outros atuaram por grandes clubes dentro e fora do Estado.

Por tudo o que Danuso representa no futebol capixaba, a FES entregou, nesta quarta-feira (16), uma placa em sua homenagem.

“São 50 anos de relevantes serviços prestados ao futebol capixaba. Não são 50 dias, são 50 anos. Então, cabe aqui um registro e esse reconhecimento da nossa parte”, disse o presidente da FES, Gustavo Vieira, na entrega da placa, ao lado do presidente do Caxias EC, Aloir Rocha Neves.

Além disso, a FES foi à sede do Caxias EC conversar com Danuso e conhecer um pouco mais sobre a sua história. Confira a entrevista na íntegra a seguir.

Henrique Montovanelli (FES): Danuso, o senhor está completando 50 anos de trabalho no futebol capixaba. Como é chegar a essa marca hoje? Como está se sentindo com isso?

Danuso Daumas: É uma felicidade muito grande estar hoje no futebol capixaba e abrangendo um pouco o futebol brasileiro também, em relação à muitos talentos que, nessas cinco décadas, eu consegui trabalhar e ajudar a realizar o sonho de alguns jovens de alcançar o estrelado. Isso aconteceu com dezenas de atletas. E a formação do homem para a sociedade também. São mais de 50 anos dedicados ao esporte, em prol do menor, sempre nas divisões de base, para que ele possa buscar os seus sonhos.

FES: Seu foco sempre foi a revelação de jogadores?

Danuso: Sim, meu foco sempre foi trabalhar na base, lapidar talentos, descobrir valores, e encaminhar para grandes clubes do futebol brasileiro.

FES: E como foi o seu início?

Danuso: Na década de 70, em 1975, comecei a formar equipes de futebol no bairro Ibes, em Vila Velha, onde moro até hoje. E mesmo tendo 14 para 15 anos eu comecei a montar essas equipes. Foi aí que surgiu a Copa A Gazetinha e eu tive o prazer de conhecer o Janc (jornalista e fundador da competição), muito amigo meu, um baluarte. E aí fui trabalhando com escolinha e vi que eu tinha esse foco de trabalhar com a base e o futebol, e que isso vinha de dentro da minha família. Eu tenho um tio chamado Cláudio Daumas, que é fundador do Rio Branco AC aqui do Estado, em 1913, e ele foi o primeiro técnico profissional do Rio Branco.

FES: Hoje o senhor está no Caxias, mas também já trabalhou em outros clubes.  

Danuso: Sim, nos anos 90 e 2000, eu tive a oportunidade de estagiar no Vitória, da Bahia, passei pelo Bahia também, onde consegui revelar jogadores, como o goleiro Washington, e também estive na Ferroviária-SP e no Rio Branco EC-SP, de Americana. Também tive a satisfação de levar alguns jogadores para o Vasco da Gama, através do saudoso Nelson Teixeira, supervisor do Vasco, e lá estagiei quase dois meses em São Januário. Aqui no Estado eu tenho um projeto social em Vila Velha, com mais de 100 crianças carentes, de 4 a 17 anos, que é o Clube Arci. Em Vila Velha, também trabalhei na fundação do CTVV (Centro de Treinamento de Vila Velha), que hoje tem um CT em Terra Vermelha, e sou fundador do Solvive, em 23 de maio de 1976. E no Caxias EC eu já estou desde 2003, graças ao bom Deus, que me abençoou e deu oportunidade de estar aqui com o Coronel Monteiro, na época, e agora com o Capitão Rocha.

FES: Nesses 50 anos, muitos jogadores foram revelados. Conte para a gente quais jogadores surgiram com o senhor.

Danuso: No Caxias EC, considerando-se prata da casa, nós temos o Kléber (atacante), que jogou no Porto, de Portugal. Passou aqui, desde pequeno, inclusive filiado à Federação, o Kieza (atacante), que jogou na categoria infantil, sub-15. O Faioli (atacante), o Bruno Meneghel (atacante) – os dois ex-Vasco. E o Maxwell (lateral-esquerdo), que jogou no PSG, no Ajax, na Inter de Milão, na Seleção Brasileira e em outros vários clubes lá da Europa. O Marcus Diniz (zagueiro e lateral), que foi para o Milan. E o Ely Thadeu (atacante), que jogou no Vasco. No Clube Arci, em Vila Velha, revelamos alguns talentos também, entre eles o Leonardo Pereira (meia), que chegou a jogar na Desportiva e teve passagem no Japão, o Thiago de Freitas (meia), que foi tricampeão estadual junto com o Leonardo Pereira, no campeonato da Federação, e que passou pelo Canadá, pela Grécia e jogou em vários clubes também. E o Wescley (zagueiro), que no final da década de 80 foi uma revelação nossa, na base do futsal do Arci, que passou por Juventude, Vasco e Corinthians. Além desses, teve também o Gabriel Peruzzo (volante), um grande amigo meu, e descobri dois valores no gol. O goleiro Washington, que eu achei na várzea no bairro Novo México, jogando na equipe titular com apenas 14 anos. Pelo Campeonato Estadual da Federação e pela Copa A Gazetinha, ele acabou surgindo como uma promessa para o futebol brasileiro, foi aí que ele foi para o Bahia. E o Carlos Germano, que eu estava junto com o Nelson Teixeira e nós descobrimos esse talento, que hoje é um ídolo do futebol. Ele jogava na linha e o Nelson pediu ao treinador dele para colocá-lo no gol. Ele acabou fechando o gol, o Nelson gostou da habilidade dele como goleiro e levou para o Vasco.

FES: E como o senhor se sente, Danuso, trabalhando para revelar talentos, vendo que esses atletas deram certo, que fizeram história? Temos atletas aí que disputaram Copa do Mundo, atletas campeões em vários clubes, que deram certo na Europa. O que passa na sua cabeça vendo tudo isso?

Danuso: Para mim, é uma felicidade incontida. Eu considero também uma benção de Deus, que deu essa possibilidade de fazer parte da infância de milhares de crianças. Eu fico feliz de às vezes ligar a televisão e ver, por exemplo, como aconteceu, o Maxwell disputar uma Copa do Mundo. Ele também participou de seis edições da Champions League, né? Então, isso é uma felicidade incontida e eu agradeço muito a Deus por essa oportunidade. E ver vários outros craques, como Carlos Germano, Léo Pereira e vários outros que também tiveram oportunidade e a gente a oportunidade de ver, através da imprensa e da televisão, eles alcançando e realizando o sonho deles. Hoje também agradeço muito a Deus por estar no Caxias EC e à diretoria, o Capitão Rocha, que confia muito no meu trabalho, e a gente sempre vai tocar em frente e ajudar a base do futebol do Caxias EC.

 

 

 

 


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