A convite da Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES) e do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-ES), a cidade de Vitória recebeu nesta quarta, dia 11 de abril, a primeira edição do Mesa Redonda: Justiça Desportiva e o combate à violência no Futebol, e mais uma sessão itinerante de julgamentos. Vitória foi o segundo destino de 2018 e ao todo serão 4 encontros itinerantes anuais.
O evento, que é uma iniciativa do STJD do Futebol com o apoio da Federação de Futebol do Espírito Santo, do TJD/ES e da OAB/ES, foi realizado no Auditório da Secretaria de Esporte e Lazer e debateu medidas e possíveis soluções na luta contra a violência que assombra o futebol brasileiro de norte a sul do país.
Presidente do STJD do Futebol, Ronaldo Piacente afirmou que o objetivo é dialogar e trocar ideias e destacou a necessidade da união de todos os envolvidos no evento desportivo no trabalho para erradicar a violência nos estádios.
“Queremos trocar ideias e mostrar como o Tribunal vem atuando e julgando esses casos. Nosso intuito é amenizar a violência, para que as famílias voltem aos estádios. Temos conversado com os clubes, com o poder judiciário e com a Polícia Militar para trabalharmos juntos de forma a banirmos esses maus elementos dos estádios”.
O Major Gustavo Alves, representante do Comando da Polícia Militar, destacou o esforço existente hoje na promoção da segurança pública, mas que ainda não há no Eapírito Santo a estrutura da segurança organizada para o futebol. “Temos que tratar a questão do desporto considerando o contexto do esporte. Precisamos envolver mais instituições e é necessário especializar em unidades policiais, promotorias, justiça voltada para o desporto. Precisamos criar mecanismos repressivos para a responsabilidade objetiva. Um desafio para todos nós ”.
No entendimento de Segundo Menegelli, Presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB/ES é necessário pensar e trabalhar na prevenção e repressão da violência. “Temos que evoluir na questão da educação em prevenção e repressão. A questão preventiva creio que a participação do clube é essencial e que o clube é fomentador da paixão coletiva e precisa ter mais responsabilidades em se aproximar mais dos torcedores e quebrar qualquer vínculo com as organizadas. Já repressão nosso ordenamento jurídico já trás normas bem contundentes que a Justiça Desportiva aplica muito bem, punindo na forma prevista no CBJD , mas falta ainda repressão por parte do poder judiciário”, acredita.
Já o Presidente da FES, Gustavo Oliveira falou sobre a questão da violência e as dificuldades no futebol do Espírito Santo. “Temos problemas semelhantes a violência em outras regiões, mas não temos referência aqui no estado no Ministério Público e não sabemos a quem recorrer. Não temos também um batalhão especializado em grandes eventos para grandes jogos e a PM tem uma dificuldade estrutural em nos atender. As vezes uma partida aqui com mil pessoas da muito mais problema do que um jogo com 18 mil”, finalizou.